A análise ergonômica é fundamental no caso de empresas cujos funcionários realizam trabalhos manuais, físicos e maçantes, como levantamento de peso, transporte a descarga de materiais, além de atividades que resultam em uma sobrecarga muscular, com movimentos repetitivos, com o esforço constante de partes do corpo, tais como pescoço, braços, mãos, ombros e pernas. A atenção das empresas a esse assunto precisa ir além de uma exigência da legislação trabalhista, que determina a realização do procedimento em locais que possuem empregados que exercem funções que os expõem ao risco. Os ensinamentos e treinamentos implantados podem resultar em uma prática rotineira, que traz diversos benefícios. Confira a seguir:
Análise ergonômica no trabalho
A análise ergonômica deve ser implantada como uma rotina e fazer parte do ambiente corporativo. Entre os principais objetivos da atividade estão: corrigir a postura do trabalhador e implantar atividades preventivas, por meio da ginástica laboral. Dedicar 15 minutos do dia para estas atividades resolvem, não apenas as dores nas costas, por exemplo, mas previne problemas de saúde que podem ser ocasionados pelos movimentos repetitivos.
Além de promover a saúde, a atividades ergonômicas podem trazer ao ambiente corporativo um momento de descontração e redução de estresse causado pelas pressões existentes nos ambientes corporativos. O resultado também pode ser de alta produtividade para a empresa.
Queixas de dores
Cerca de 18,5% da população adulta brasileira sofre com as doenças crônicas na coluna, sendo a região lombar, o local com maior incidência referentes as queixas de dores de 21% das mulheres e 15% dos homens. São 27 milhões de pessoas que fazem parte deste grupo, levantado pela Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2015.
Em relação às faixas etárias, as dores acometem pessoas com mais de 40 anos. E a lombalgia surge, com mais frequência, a partir da fase adulta, em consequência de posturas incorretas praticadas no dia a dia, principalmente do trabalho.
Benefícios da ginástica laboral
No ambiente corporativo, a carga horária diária é extensa. Normalmente, os funcionários costumam passar nove horas do dia no ambiente corporativo. Por isso, a importância da análise ergonômica no trabalho.
Em uma rápida análise, é possível identificar cenas como essas em diversos setores de uma empresa. Colaboradores que, na pressa, não prestam atenção em suas posturas incorretas, aos movimentos repetitivos e no estresse da rotina de trabalho, que resultam em contrações da musculatura do corpo. O resultado são dores que podem tornar-se crônicas e acarretar no surgimento de outras doenças.
Por isso, a empresa que investe em uma ginástica laboral percebe que os registros de trabalhadores afastados por dores no corpo, principalmente nas costas, acabam diminuindo com o tempo.
A prática da ginástica laboral na rotina da empresa só traz benefícios de bem-estar de seus colaboradores. Além disso, diminuem os custos com assistência, licença médica e faltas de funcionários no trabalho. Os colaboradores também se sentem mais valorizados e cuidados, o que resulta em uma satisfação no ambiente corporativo e, consequentemente, gera mais produtividade.
No final, a análise ergonômica no trabalho é reconhecia por todos, empresas e funcionários, que absorvem a prática para a vida pessoal. Um profissional capacitado em ergonomia pode desenvolver um estudo do ambiente corporativo para identificar as condições de trabalho para implantar atividades de melhoria para o bem-estar e segurança dos trabalhadores.
Para o diretor da AR Perícias Médicas e de Engenharia, André Lemos, o serviço de análise ergonômica tem como objetivo rastrear, observar e avaliar o profissional em seu real posto de trabalho e verificar as relações existentes entre demandas de doenças, acidentes e produtividade com as condições de trabalho, com as interfaces, com os sistemas e com a organização do trabalho em si. “É essencial que as empresas tenham essa preocupação e garantam um ambiente próprio de trabalho para evitar futuros transtornos para o colaborador e para a própria empresa”, diz Lemos.
Segundo o especialista, a análise ergonômica do trabalho compreende uma avaliação detalhada: análise ergonômica da demanda; análise ergonômica da tarefa, que envolve análise dos ambientes físicos (calor, luminosidade, umidade, som, entre outros); análise das condições posturais e antropométricas dos trabalhadores; análise dos aspectos psicológicos dos trabalhadores; análise organizacional; condições ambientais e por último, mas não menos importante, a análise ergonômica das atividades. Todas estas etapas devem ser cronologicamente abordadas de maneira a garantir coerência metodológica e evitar percalços, que são comuns nas pesquisas empíricas de campo.